Accionistas do BNI aumentam capital social para 45 mil milhões Kz
Accionistas injectam 10,2 milhões USD para desenvolvimento da actividade e responder às exigências decorrentes do regulador.
Os accionistas do Banco de Negócios Internacional (BNI) decidiram reforçar o capital social com 8,5 mil milhões Kz (cerca de 10,2 milhões USD) para 45 mil milhões Kz, numa deliberação formalizada no decorrer de uma Assembleia Geral Extraordinária realizada no final do ano passado, de acordo com um documento a que Expansão teve acesso.
De acordo com a nota, com este aumento de capital, o BNI pretende dotar-se de uma adequada estrutura de capital próprio, capacitando-o para enfrentar, com maior solidez, o desenvolvimento da sua actividade, assim como responder às exigências decorrentes do enquadramento regulamentar no âmbito do cumprimento dos rácios de capital.
"No mercado cada vez mais exigente em que estamos inseridos queremos estar à altura das necessidades dos nossos clientes, quer em termos da qualidade do serviço, da variedade dos produtos e das soluções tecnológicas que disponibilizamos e nas quais somos pioneiros. O aumento de capital agora decidido permite-nos caminhar nesta direcção e estar em perfeito alinhamento com as indicações do regulador", justifica a administração do banco no documento.
Apesar do aumento de capital, a instituição bancária já cumpria com o mínimo de 15 mil milhões Kz de capital social exigido pelo Banco Nacional de Angola (BNA). Vale recordar que no ano passado o BNI foi elevado a banco sistémico, que pela sua dimensão e importância no mercado, em causa de falência, pode causar impactos negativos para o sistema financeiro o que obrigou a aumentar as reservas obrigatórias junto do BNA para 1,0%. O facto de ser identificado como banco sistémico colocou-o no radar do BNA, ficando sob uma vigilância mais apertada.
Entretanto, os resultados do banco caíram significativamente nos últimos dois anos. Em 2022, o banco viu os lucros reduzirem 93% para 280 milhões Kz. Quanto ao exercício económico de 2023, até ao final do III trimestre a instituição bancária acumulava prejuízos de 3,8 mil milhões Kz. Em relação ao activo, ainda no III trimestre do ano passado, o banco liderado por Mário Palhares, CEO, contabilizou um activo avaliado em 608,5 mil milhões Kz, onde o crédito a clientes representava 21% com um stock de 128,5 mil milhões Kz.
Já o passivo estava avaliado em 530,4 mil milhões Kz, dos quais 306,1 mil milhões Kz são depósitos dos clientes.